Monday, February 16, 2009

Amorim e os estiletes "suíços"

Pensei em escrever algo sobre a brasileira "atacada" na Suíça. Após ler o texto do nobre Sérgio Leo, desisiti da iniciativa. Divirta-se na transcrição abaixo:

"falei disso aqui, mas estou impressionado como o que pensei como uma piada virou verdade em poucos dias. Nesse caso da suíça que não se sabe se foi ou não atacada por skinheads, quem já anda levando estiletada é o pobre do Celso Amorim. Fica difícil não defender o Itamaraty nessa, os caras apanham se não fizerem e apanham se fizerem. Não há um termo como xenofobia para descrever o ódio cego à política externa brasileira; mas que é um caso de preconceito se firmando por aí, não tem dúvida.

Recapitulemos, ou melhor, recapitulo aqui o episódio que assisti, após a visita do ministro de Relações do Uruguai. Amrim foi deixar o visitante na saída do palácio do tamaraty, sob pedidos do reportariado para que voltasse à sala de briefings, para continuar a entrevista que havia dado com o uruguaio. Amorim voltou,m dirigiu-se à escada que dá acesso ao gabinete, e foi aborado por repórteres de tv e rádio. "Ministro, o senhor tem de falar, o senhor tem de dar entrevista".

Com uma careta de desagrado, Amorim foi à sala de briefings,. Nem chegou no microfone do pódio de entrevistas. Com ar de enfado, foi cercado por jornalistas de rádio e tv, e esperou que terminase um entrevero entre cinegrafistas e radialistas.. Está lá, gravado: ele começou um discurso genérico, para dizer que o governo brasileiro estava tomando providências.

Em ocasiões anteriores, de incidentes com brasileiros no exterior, o Itamaraty foi acusado de não dar a atenção devida; o Amorim já tem pele grossa, de ser alfinetado por isso. Aliás, no dia seguinte, o indefectível Reinaldo Azevedo já brandia o tacape contra o governo brasileiro:

"não basta uma simples reação de repúdio. O governo brasileiro, de fato, precisará fazer mais, deixando claro que o empenho dos suíços em encontrar os culpados passa a ser fundamental na relação entre os dois países."

Amorim chegou a irritar-se com a insistência dos repórteres. Tentou pelo menos duas vezes acabar com a entrevista, dizendo que não havia nada a dizer enquanto não terminassem as investigações.

À primeira "É xenofobia?" ele respondeu que a polícia estava investigando, que o governo pediu explicações, queria saber dos culpados. Perguntaram umas três vezes a ele se era ou não xenofobia. E indagaram se o governo iria acionar a Comsisão de Direitos Humanos _ ao que ele respondeu que era prematuro, que esperava seriedade da investigação policial.

"Não podemos fazer nenhum pré-julgamento, mas há uma aparência evidente de xenofobia, o que é uma coisa preocupante", disse ele, após a inistência dos repórteres. E quando insisitiam em saber sobre a ONU: "Não adianta aventar hipótese agora porque não sei qual a direção que as investigações vão tomar. É preciso que as autoridades suíças façam a investigação. Temos confiança de que farão, temos confiança de que manterão a transparência e temos confiança de que haverá punição adequada porque creio que a Suíça não tem interesse em manter uma imagem negativa",

Já espectador de episíodios semelhantes, saí do Itamaraty imaginando que o Amorim ia levar pedra por não ter sido enfático o suficiente na condenação dos agressores da moça.

No dia seguinte, os jornais traziam o Amorim em manchetes de página falandode "xenofobia". E, quando a história começou a se revelar mais complicada do que à primeira vista, em todo canto começou a pipocar crítica contra a "precipitação" do Itamaraty. Até atribuiram a ele a referência à Comissão de Direitos Humanos, que saiu dos repórteres e ele se recusou obstinadamente em confirmar.

Estou defendendo o Amorim? Não. Estou condenando um factóide que me atrapalha a discussão quando esse pessoal do governo vem com a tese estúpida de conspiração da midia. Episódios como esse dão argumentos para que autoridades digam que são cobrados por coisas que não disseram e atos que não praticaram. Antes que mais algum amigo meu saia por aí repetindo uma interpretação equivocada, que pelo menos saibam como foi esse negócio.

Já os comentaristas do blogue do Reinaldo não tiveram nenhuma dificuldade em esquecer o post do mestre cobrando mais do governo, e, espumando pelo canto dos lábios, está lá, rosnando contra a "precipitação" do ministro. Aquele que Reinaldo já criticava por não por em questão a relação bilateral Brasil-Suíça por causa da moça com a perna riscada em estilo neonazista."

>> Waiting in vain; Bob Marley; Best
>> FHC

Saturday, February 14, 2009

A4

O Brasil deve ser o único lugar no mundo onde papel A4 reciclado custa mais caro do que o comum.

>> Everything - Lifehouse; Smallville; Smallville
>> FHC

Wednesday, February 11, 2009

Terroir

Essa semana, a Mistral fez uma promoção de ponta de estoque na qual garrafas com rótulos defeituosos – rasgos e manchas – eram vendidas a preços muito convidativos. Aproveitei a oportunidade e comprei um exemplar do chileno Carmen Reserve Pinot Noir, safra 2006.

O mesmo vinho, na safra de 1997, havia recebido boas indicações. Portanto, a aquisição da garrafa de 2006 aparentava ser uma boa oportunidade – positivamente correspondida após o consumo.

Essa aliança “promoção+Chile+Pinot Noir” fez-me pensar sobre a equivocada tese de que não é possível produzir um bom Pinot Noir fora da Borgonha. A se acreditar nos famosos especialistas que defendem temas como esse – Robert Parker, por exemplo –, deveria existir um sabor universal/único para todos os vinhos. Nesse ponto, uma pergunta incomodava-me: qual a função de um terroir se pretendermos que todos vinhos, de uma mesma uva, em vários locais do mundo, tenham sabores iguais?

Apegado a meu total amadorismo, arrisco uma resposta: penso que a graça está em tentar obter o melhor vinho possível dentro das especificidades de cada região. Ou seja, um bom tinto deve reproduzir o clima, a terra e, acima de tudo, a cultura de um país. Nesse sentido, entendo que pode não ser muito justo, nem inteligente, comparar qualquer vinho como sendo melhor ou pior do que aqueles produzidos na Borgonha ou em Bordeuax. Haja vista, sobretudo, a excelente qualidade atingida por alguns vinhos estadunidenses. Por exemplo, uma garrafa de Pinot Noir, safra 2005, produzida pela Domaine Drouhin, no Oregon, custa a fortuna de R$ 220,00. - eu sequer sabia que vinhos são produzidos por lá. A própria garrafa do Carmen, comentada no início do post, não custa menos do que R$ 80.00 nas boas casas do ramo.

Resumindo, não se acanhe caso queira pedir vinhos chilenos ou argentinos. Há boa vinícolas produzindo nesses países.

>> Que País é Esse: Legião Urbana: Música Para Acampamentos
>> FHC

Monty Python Communist Quiz



Conforme a dica do Krugman, segue esse pequeno clipe do Monty Python. No melhor estilo inglês, o vídeo foi comparado a uma pretensa conversa entre Nouriel Roubini e Nassin Taleb na CNBC. Imperdível.

>> The Boys Are Back In Town (Live In Belfast, 2001); Belle and Sebastian; The BBC Sessions (Deluxe Edition)
>> FHC