Saturday, June 27, 2009

MJ

Bombardeado pela mídia após a morte do MJ, fico cá pensando como é estranho esse tempo no qual vivemos. Acho lamentável termos que discutir sobre as causas, o “porque tão cedo” ou sobre a última ligação da casa do astro para o serviço 911. Para mim, Mr. Jackson sai da vida exatamente como a enfrentou: tragicamente.

Penso que, no caso dele, tudo não passa de uma imensa tragédia pessoal, interminável ao longo dos anos e sobre a qual não há muito a dizer. Acima de tudo, infortúnios criados por ele e pela mídia – a mesma que o explora post-morten – geraram esse híbrido melancólico-pop no qual o astro se tornou. O site de “O Globo”, por exemplo, tem nada menos do que 6 manchetes “michaeljackianas” apenas na primeira página. Lamentável.

Fica a pergunta: Michael Jackson foi o grande artista pop de nosso tempo ou foi apenas um freakzóide pedófilo e megalomaníaco? Não sou muito fã da musica dele, portanto, fico com a segunda opção. Por óbvio, meu posicionamento não é o mesmo da maior parte das pessoas do planeta.

Por isso, no mínimo, serão duas semanas ouvindo “Billy Jean” em tudo que produza algum tipo de som. Conforme disseram o Sérgio Leo e a Arye, até acharem a caixa preta da morte do Mr. Thriller, é melhor tirar os querubins da sala.

O mais esquisito de tudo é que ninguém parece avaliar os reais acontecimentos na vida e na morte do popstar. Beat it, ligações para o 911, disparada nas vendas de CDs, homenagens várias, o rei do pop silenciado: em Neverland, além do Michael, ninguém atingiu seu destino.

>> God Put a Smile Upon Your Face; Coldplay; Live 2003
>> Varennes

4 comments:

Ariete Nasulicz said...
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Ariete Nasulicz said...

Ufa! Que alívio, amigo Renato, achei por um momento que, eu e Rafa, éramos ET's, pois discordamos do pesar por Mr. MJ. Em um site de relacionamento, fui hostilizada por amigos, que de repente se tornaram fãs fervorosos do finado freak. Um deles não quer mais falar comigo. Fiquei pensando se eu era insensível, ou se sábio Nelson ainda tem razão: "toda a unanimidade é burra". A massa é arrastada pelos ânimos, não sei se criados pela mídia, ou influenciados por ela. Nunca gostei de MJ, nem nos áureos tempos. Nunca me deixei arrebatar pelas paixões da massa. À época, parecia heresia assumir que não gostava de MJ, RPM e Legião Urbana, embora hoje eu goste de Renato Russo, admiração que só veio postumamente. Existem pessoas, em nosso planeta, que pensam diferente, gostam diferente e sentem diferente, oras... Nunca dancei os passinhos e nem tão pouco engrossei as estatísticas da venda de Thriller. No entanto, reconheço a preciosa contribuição de MJ para a cultura pop... cultura de massa, diga-se de passagem, cultura "mainstream"!
Ademais, se a morte imita a vida, Mr. MJ logo, logo, vira zumbi... quer dizer... ele já estava um zumbi... decadente, esquecido e apodrecido. Mas agora, os FÃS RESSUSCITARAM e estão saindo pelo "ladrão", saindo do armário, levantando da cova, pululando pelos becos, tomando as ruas (como no zumbiclip). É um verdadeiro fenômeno hipnótico... histeria coletiva... TODOS amam Michael... ahahahah
E isso me dá medo!

Ariete Nasulicz said...

P.S: desculpe-me deletar a mensagem anterior. Mas às vezes acho que meus dedos são analfabetos, eles nunca escrevem o que eu penso ;)

Mr. Guitar said...

Dom. Feltrin, queres comprar um LP quebrado do MJ? Baratinho...só meio milhão de Euros...mais do que uma simples morte..a "tragédia" virou um excelente negócio...não achas? Vamos que vamos..Abraços