“You understand that in this election, the greatest risk we can take is to try the same old politics with the same old players and expect a different result. You have shown what history teaches us – that at defining moments like this one, the change we need doesn’t come from Washington. Change comes to Washington. Change happens because the American people demand it – because they rise up and insist on new ideas and new leadership, a new politics for a new time.”
Como “ghostwriter” eventual, gosto muito de acompanhar/ler discursos políticos. Nos últimos tempos, presenciar os pronunciamentos do candidato Democrata à Casa Branca, Barack Obama, tem sido um prazer.
Uma das técnicas que mais gosto de analisar é a que lida com a criação de conceitos novos a partir da remodelação de idéias antigas. Exemplifico: ao dizer que a mudança não vem de Washington, mas para Washington, o Senador simplesmente repetiu uma frase clássica da política estadunidense. A diferença é que, agora, de uma maneira, digamos... “pós”-moderna.
Em seu discurso inaugural, Kennedy disse a conhecida frase: “(...) ask not what your country can do for you -- ask what can you do for your country". Ao afirmar que a mudança vai para Washinton, Obama praticamente disse a mesma coisa, ou seja: você é responsável pela mudança que o país precisa.
A própria publicidade do candidato é voltada quase que totalmente a esse tipo de idéia “pré-concebida adaptada”. O processo é feito com tal maestria que Obama ultrapassou a barreira de Político/Senador/Candidato/Presidente e está tornando-se um ícone. Não sei se vocês perceberam, mas o pôster ostentado pelos militantes na convenção Democrata era esteticamente muito parecido com as “Marilyn Prints”, criadas por Andy Warhol na década de 1960.
O mais interessante é que, por meio de tal mecanismo, o interlocutor médio recebe as mensagens, percebe algo de agradável, mas – na maior parte das vezes – não consegue associá-la ao passado ou a algo dito por outra pessoa. Dessa forma, a proposta surge como elemento “inédito” e interessante, modernizando o político e, ao mesmo tempo, conectando-o a algo idílico e consolidado. É, a meu ver, uma excelente maneira de se fazer política, além de garantir um tipo positivo de publicidade. No final das contas, uma jogada de mestre.
Brasileiro que sou, ao final do discurso do Obama, cheguei a pensar: vou votar nele. O passaporte vencido e a Sarah Palin trouxeram-me de volta à realidade.
>> Into the Night (feat. Chad Kroeger); Santana; Into the Night
>> Poder Constitunte e Poder Popular; José Afonso da Silva; Malheiros
1 comment:
Dear friend,
As usual, brilliant writing and on interesting topics. However, and here comes the hard part, I must propose - not something I tend to do often -, my point of view.
I acknowledge Obama's success and hope, deep down in this more and more conservative being, that he becomes president. But that hope is supported on a sort of fantasy, you see. Too much ideology, for this ranting and mumbling 30 year-old, seems a bit too good to be true (to use yet another clichè).
His victory would announce, no doubt, times of "change". We all know what that means, deep down - a few tweaks here and there and everything else the same. Now, as we both like to recall on past times, here's something of a line, from Visconti's IL GATTOPARDO (a masterpiece, I might add): "things must change in order to remaing as they were". Or something like that.
You see my point, now?! I'm just happy and glad for Obama and his campaign, much in the same way you point out. It will be a pleasant change, to see such a charismatic figure in power. Perhaps all of my low expectations will be overturned - that's where my hope lies...
For now, I think I would vote for the Mac. As time passes, I can't help this conservative transformation.
As always, keep up the good work...
Cheers...
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