Sunday, September 14, 2008

Yankee Go Home!

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Subitamente, a América Latina tornou-se uma região muito interessante na política internacional. Tanto no âmbito doméstico quanto no geopolítico, temas importantes passaram a fazer parte da pauta regional.

É óbvio que os eventos atuais não são de todo novos. Todavia, o lugar comum é irresistível: em tempos de crise entre as grandes potências, assuntos locais tornam-se latentes em razão do “conflito” internacional. Dessa forma, as alterações na relação russo-estadunidense reverberaram em áreas antes esquecidas. Não poderia ser diferente na região sul-americana.

Nesse sentido, dentro do contexto de múltiplas e simultâneas mudanças ao redor do mundo, continuo acreditando que a América Latina merece especial atenção nos dias que correm. Faz muito tempo, perdemos o êxtase em termos de política internacional. Hoje, entretanto, o continente tornou-se área de fundamental importância para o planeta. Vamos por partes:

. Bolívia: o pais andino sinaliza estar próximo de uma guerra civil, com as potências regionais – particularmente o Brasil – desconfortáveis em relação aos eventos recentes. No tabuleiro boliviano, Morales parece sofre pressões com o objetivo de abafar o crescente antagonismo ao Tio Sam. Nesse imbróglio, o Brasil, infelizmente, é chamado a servir como “algodão entre cristais – uma função que não nos deveria ser própria. Os Russos, por sua vez, parecem manejar a crise em favor de criar contratempos momentâneos à Washington.

. Venezuela + Rússia: os dois países estão a aproximar-se. Apesar de as implicações militares serem triviais até agora, a chegada de um grande patrocinador energiza a megalomania do Presidente Hugo Chávez. Creio ser recomendável observar o comportamento das companhias estrangeiras na Venezuela e as opções de colaboração de longo prazo deste país.

. Colômbia: as Farcs sempre fizeram questão de manter laços com Cuba e com os Soviéticos. Os líderes revolucionários ainda vivos podem ter contatos ativos com esses dois países. Assim, creio ser sensato imaginar uma eventual colaboração vermelha aos revolucionários colombianos – talvez com o intuito de apenas “sacudir” a posição norte-americana no país do Presidente Uribe. A meu ver, tal participação russa dependerá de quanto os EUA estão dispostos a agir na região da antiga União Soviética.

. Rússia: o comportamento russo na América sulina, hoje reduzido, merece ser observado. Grosso modo, vale analisar a eventual retomada de antigas amizades com a parte irresponsável da esquerda latino-americana. Alguns setores ambiciosos podem render-se às generosidades alienígenas. Dessa forma, cumpre observar a Argentina, o Chile e o próprio Brasil – tradicionais grandes alvos nesse tipo de estratégia.

>> On A Tuesday In Amsterdam Long Ago; Counting Crows; Saturday Nights & Sunday Mornings
>> Visões do Brasil; Rubens Ricupero; Record

P.s.: foto do Josias

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