Thursday, January 15, 2009

Em Terra de Battisti

Pensei em escrever alguma coisa sobre a deliberação do Ministro da Justiça acerca do controverso Cesare Battisti. Para tanto, baixei e li a íntegra do texto exarado pelo nobre Dr. Tarso Genro.

Após a leitura do trabalho, desisti de redigir qualquer coisa. Malgrado não haver definição precisa sobre terrorismo, é sofrível a tortuosidade do raciocínio empregado na decisão.

Apenas para citar um exemplo, o jurista Dalmo Dalari - que sustenta a base jurídica do texto - mencionou o seguinte: "Ainda que, por hipótese, se admita como verdadeira a acusação da prática de homicídio, a motivação básica, que levou à sua perseguição e prisão, era política, ficando claramente configurado um crime político". Ao utilizar-se das palavras "ainda; hipótese; se; admita; e verdadeira", o jurista criou um silogismo assustador: simplesmente questiona a decisão da justiça italiana, que condenara o sujeito a partir de um fato e não de uma hipótese. Além do mais, a tal da "motivação básica" da prisão foi o assassinato e não um crime político.

Considerada correta tal tese, seria lícito matar por uma idéia. Por certo, os grandes que já ocuparam a cadeira do Ministério da Justiça - Oswaldo Aranha, Leitão da Cunha e Vicente Rao, apenas para citar alguns - devem estar a se remexer nos túmulos.

>> Don't Touch My Tomatoes; Josephine Baker; Divas
>> Revista Piauí - 28

** Atualização: no blog do Mino Carta e no Observatório da Imprensa acontece um pseudo debate sobre o assunto. Vale a leitura.

1 comment:

Sumac said...

I simply could not have said it better. Excelente análise. Havia lido artigo sobre o caso no O Globo e fiquei estupefato. Embasbacado, desisti de tentar compreender a ilusória grandeza do Judiciário nacional. Permita-me excluir dessa generalização alguns grandes nomes que, acredito eu, jamais fizeram - muito menos ousaram fazer - tamanhas "cagadas"...

Cheers...