A Argentina vive período de sensíveis dificuldades políticas e econômicas. Sobretudo, o país atravessa momento de especial tensão devido aos fracassados esforços da Presidente Cristina Kirchner em busca da aprovação de sua lei de taxas aduaneiras para produtos agricultáveis. Além disso, o país enfrenta pressões inflacionárias, crescente débito e uma crise no setor energético. Não fosse pouco, o governo da presidenta Kirchner ainda lida com delicadas fraturas em sua sustentação política. A meu ver, em face desse conjuntura controversa, um eventual colapso argentino – nos moldes do ocorrido no governo de Fernando de La Rúa – traria implicações profundas ao continente latino-americano.
Grosso modo, a Argentina vem perdendo grande parte da relativa paridade que sempre manteve com o Brasil ao longo da história. Dado que são os maiores e mais ricos países do continente sulino, ambas as nações têm um passado de “vigilância” mútua. Entretanto, a balança de poder parece estar lentamente tendendo para o Brasil - e uma completa instabilidade portenha ameaça tornar permanente tal movimento.
O crescimento brasileiro nos anos recentes tem sido invejável: petróleo e políticas fiscais viáveis são apenas alguns exemplos. Ademais, a influência regional brasileira mostra-se em contínua e positiva expansão, particularmente nas fronteiras próximas e em relação à Uruguai, Paraguai e Bolívia – países encarados como “buffer states” pela Argentina e pelo Brasil. De forma genérica, Brasília e Buenos Aires tentam manter essas três nações livres de influência externa. Com algum desgosto, a Casa Rosada tem falhado em suas iniciativas de aproximação aos três Estados e o que se percebe é um fortalecimento verde e amarelo.
Somado a esses fatos, o Brasil tornou-se o maior investidor único na Argentina ao longo do último ano. Assim, parece-me que se os pampas quedarem-se envoltos em uma crise financeira, o maior beneficiado será o Brasil. No sentido de que tornar-se-iam facilitadas as compras de falidas empresas argentinas por parte de companhias brasileiras.
Um insucesso argentino, no entanto, não se daria isolado: aparentemente, o líder venezuelano, Hugo Chavez, atou-se ao destino de Buenos Aires quando decidiu subsidiar parte substancial do débito portenho. Se a Argentina realmente enfrentar uma crise financeira, a hoje instável economia “bolivariana” também decairia à reboque – e vice-versa: uma quebra em Caracas ameaçaria a estabilidade do débito argentino. Nada mais latino-americano do que nunca.
Dessa vez, no entanto, a diferença é que o Brasil demonstra estar pronto para assumir uma eventual liderança continental – o que configura uma enorme diferença no tabuleiro geopolítico. Com o colapso no Prata e o crescimento no Planalto, a geopolítica sulina deverá ser totalmente remodelada.
>> Speed of sound; Coldplay; Rádio Câmara
>> Blog do Lampreia ; ao que parece, o honroso ex-chanceler tupinanbá mantém um bom site na rede.
Grosso modo, a Argentina vem perdendo grande parte da relativa paridade que sempre manteve com o Brasil ao longo da história. Dado que são os maiores e mais ricos países do continente sulino, ambas as nações têm um passado de “vigilância” mútua. Entretanto, a balança de poder parece estar lentamente tendendo para o Brasil - e uma completa instabilidade portenha ameaça tornar permanente tal movimento.
O crescimento brasileiro nos anos recentes tem sido invejável: petróleo e políticas fiscais viáveis são apenas alguns exemplos. Ademais, a influência regional brasileira mostra-se em contínua e positiva expansão, particularmente nas fronteiras próximas e em relação à Uruguai, Paraguai e Bolívia – países encarados como “buffer states” pela Argentina e pelo Brasil. De forma genérica, Brasília e Buenos Aires tentam manter essas três nações livres de influência externa. Com algum desgosto, a Casa Rosada tem falhado em suas iniciativas de aproximação aos três Estados e o que se percebe é um fortalecimento verde e amarelo.
Somado a esses fatos, o Brasil tornou-se o maior investidor único na Argentina ao longo do último ano. Assim, parece-me que se os pampas quedarem-se envoltos em uma crise financeira, o maior beneficiado será o Brasil. No sentido de que tornar-se-iam facilitadas as compras de falidas empresas argentinas por parte de companhias brasileiras.
Um insucesso argentino, no entanto, não se daria isolado: aparentemente, o líder venezuelano, Hugo Chavez, atou-se ao destino de Buenos Aires quando decidiu subsidiar parte substancial do débito portenho. Se a Argentina realmente enfrentar uma crise financeira, a hoje instável economia “bolivariana” também decairia à reboque – e vice-versa: uma quebra em Caracas ameaçaria a estabilidade do débito argentino. Nada mais latino-americano do que nunca.
Dessa vez, no entanto, a diferença é que o Brasil demonstra estar pronto para assumir uma eventual liderança continental – o que configura uma enorme diferença no tabuleiro geopolítico. Com o colapso no Prata e o crescimento no Planalto, a geopolítica sulina deverá ser totalmente remodelada.
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